Entidades lutam contra a alta dos impostos, que atingem R$ 1,5 tri

15/10/2015

Apesar da recessão econômica, a arrecadação cresce de forma voraz, o que está levando entidades empresariais a protestarem contra novos aumentos de impostos em Brasília.

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu no dia 02 de outubro a marca de R$ 1,5 trilhão. O valor representa o total pago em impostos, taxas e contribuições pelos brasileiros em 2015. Neste ano, a marca foi atingida com 17 dias de antecedência sobre 2014.

“Apesar da recessão, a carga tributária continua subindo. O governo precisa controlar seus gastos o mais rapidamente possível. Recriar impostos e aumentar alíquotas, como quer o governo, não é viável: apenas vai fazer com que a população seja ainda mais onerada”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).

Como a arrecadação do governo está caindo em termos reais (descontada a inflação), ele fica tentado a elevar a tributação. "Isso só vai aprofundar a recessão e o desemprego. Ao governo, só resta controlar melhor os gastos, que é o que todo mundo está fazendo", diz Burti. "O momento exige. Além disso, precisamos ficar vigilantes com as pautas-bomba que tramitam no Congresso. Se forem aprovadas, vão explodir no bolso do brasileiro.”

Brincadeira sem graça

A alta carga tributária brasileira não perdoa os produtos de presentes típicos do Dia das Crianças. O videogame, um dos campeões de vendas nesta época, embute 72,18% do seu valor em tributos.

Em outros itens, como calçados, a incidência de impostos também é significativa: nos tênis importados, a carga chega a 58,59% do preço final. Já nos equivalentes nacionais, a mordida é de 44%.

No levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), mais um gol contra: 46,49% do preço final da bola de futebol é destinado à arrecadação.

Chega de impostos

O repúdio contra as propostas que elevam a carga tributária para reequilibrar as contas públicas foi o foco do movimento que levou 35 entidades à Brasília – incluindo ACSP e Facesp no último dia 22 de setembro para entregar propostas à Câmara e ao Senado.

Na ocasião, Alencar Burti afirmou que, com o movimento, a expectativa é que o Congresso Nacional não aprove propostas que impliquem em mais elevação da carga tributária, “e, assim, defenda os contribuintes e o desenvolvimento econômico e social do país.”

E a movimentação continua: manifestantes posicionaram na quinta, dia 1º, em frente ao Congresso Nacional, um pato inflável amarelo de 12 metros de altura.

O boneco faz parte da campanha contra o aumento de impostos com o slogan “Não vou pagar o pato”, promovida pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Além do pato gigante, dezenas de réplicas menores foram atiradas no espelho d'água do Congresso no fim da manhã desta quinta-feira.

“Essa é uma manifestação da sociedade brasileira contra o aumento de impostos. Se resolvesse o problema do Brasil, não haveria nenhum, porque a arrecadação este ano será de R$ 2 trilhões. É muito dinheiro", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp.

O problema do Brasil, segundo afirma, "é o tamanho do governo brasileiro, são os gastos malfeitos, a falta de eficiência.”

O objetivo, segundo ele, é mostrar ao governo que todos estão a favor do ajuste fiscal, mas que isso deve ser feito por meio da redução de despesas, de desperdícios e de maus gastos - não por meio de aumento de impostos.

“Nós não vamos aceitar a recriação da CPMF, nem a recriação ou criação de impostos que venham pesar mais ainda nas costas do povo brasileiro”, disse.

Há algumas semanas, começou a tramitar no Congresso a PEC 140/2015, de autoria do Poder Executivo, que trata da criação da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), com alíquota de 0,20%.

A medida faz parte do pacote fiscal para reequilibrar as contas públicas. Os recursos arrecadados com a CPMF serão usados para financiar a Previdência Social.

Na internet, organizadores da campanha “Não vou pagar o pato” já recolheram mais de 300 mil assinaturas. O objetivo é atingir mais de 1 milhão de adesões, que serão encaminhadas ao Congresso.

A campanha é uma iniciativa da Frente Nacional contra o Aumento de Impostos e, segundo a Fiesp, tem a participação de mais de 160 entidades de diversos setores.

 

Fonte: DComércio

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