A importância do diagnóstico profissional do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

11/04/2022

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado pelo desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados do indivíduo, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Estima-se que no Brasil, por volta de dois milhões de pessoas estejam caracterizadas dentro do TEA. O diagnóstico correto desta condição é essencial para que se ofereça mais qualidade de vida e um tratamento digno para estes cidadãos.

Identificação

O diagnóstico do autismo não é algo simples, uma vez que esta condição não se manifesta da mesma maneira em todas as pessoas. A psicóloga Daniele Candioto Vidal, explica que este procedimento é essencialmente clínico, realizado pela observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou responsáveis, através de profissionais capacitados.

“No caso de crianças e adolescentes, as famílias devem buscar por consultas com Neurologista ou Psiquiatra Infantil. Porém, é importante salientar que a avaliação de uma criança com TEA deve incluir um histórico detalhado, avaliações de desenvolvimento, neuropsicológica e de comunicação, além das questões sensoriais, de habilidades adaptativas, ligadas às atividades de vida diária”, conta a profissional.

Daniele é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e possui Especialização em Neuropsicologia aplicada à Neurologia Infantil (FCM Unicamp), além de atuar como Coordenadora do Centro de Apoio Diagnóstico da APAE Limeira.

“É interessante que a avaliação do TEA seja realizada por uma equipe multidisciplinar, como médico neurologista ou psiquiatra infantil, neuropsicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, pois eles irão contribuir para o planejamento de um tratamento mais assertivo para esta pessoa”, acrescenta.

Sinais mais comuns

Apesar de ser necessária a avaliação médica para o diagnóstico do TEA, existem alguns sinais comuns que podem ser observados: prejuízos persistentes na comunicação e interação social em vários contextos (como casa, escola e trabalho), padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

Estes indicativos podem surgir ainda muito cedo, como quando o bebê não olha para a mãe no momento da amamentação, não sorri para pais e familiares ou não atende pelo nome, por exemplo. “Porém, podem ficar mais evidentes à medida que a criança tiver maior demanda para exercer suas habilidades sociais. Geralmente, os pais começam a se preocupar entre os 12 e 18 meses de idade, quando observam que a linguagem está demorando muito para se desenvolver ou há a perda de alguma habilidade já adquirida”, aponta a psicóloga.

Apesar de ser mais comum durante a infância, casos em que o TEA é diagnosticado apenas na vida adulta são comuns. “O diagnóstico nessa faixa etária cresceu nos últimos anos, o que pode significar o reconhecimento de um quadro muitas vezes negligenciado e a compreensão de que, mesmo em idade mais avançada, descobri-lo pode trazer benefícios para o paciente e seus familiares”, comenta Daniele.

Níveis do TEA

Ao desconfiar de alguns sinais em seus tutelados, os responsáveis devem procurar especialistas que possam confirmar o diagnóstico. O Transtorno do Espectro Autista tem uma ampla variedade de sintomas, e seu grau é especificado através da análise do nível de dependência e da necessidade de suporte desta pessoa.

“Cada indivíduo é único, enquanto algumas pessoas com TEA apresentam sintomas graves, outras são mais leves ou moderadas e as diferenças entre um grau e outro podem ser sutis e difíceis de identificar. No entanto, o diagnóstico ajuda a definir as melhores intervenções, considerando as necessidades individuais deles”, explica a coordenadora.

Como se relacionar?

Para se comunicar e interagir com uma pessoa autista, seja na vida pessoal ou durante o atendimento dentro de uma empresa ou comércio, deve ser algo pautado acima de tudo no respeito. É importante conversar com os acompanhantes destas pessoas, para entender a melhor abordagem para atendê-los.

“O ideal é fazer o atendimento em algum ambiente calmo, sem barulho, manter um contato amigável e jamais dispensar a ajuda de quem o acompanha. Usar palavras simples e curtas, ter paciência e dar um tempo para que a pessoa possa processar as informações é essencial”, indica Daniele.

Atender pessoas com TEA e suas famílias em estabelecimentos requer uma série de cuidados e adaptações destes lugares. Outras dicas para o momento de fazer a abordagem deste público é o de não prolongar demais assuntos, não utilizar palavras de duplo sentido, ironias ou termos muito abstratos e, principalmente, nunca julgar o seu comportamento e agir com preconceitos.

Palestra e conscientização

Como forma de conscientizar e auxiliar o empreendedor e líder a preparar sua equipe para o atendimento de uma pessoa com TEA, o Conselho da Mulher Empreendedora (CME) realizará gratuitamente, no dia 28 de abril, às 8h, o Café da Manhã do Conhecimento que trará a palestra “Como Identificar e Atender um Cliente Autista”, ministrada pela psicopedagoga Juliene Salles.

As inscrições devem ser feitas clicando aqui. Informações pelo telefone (19) 3404-4919.

tags: TEA, autismo, autistas, atendimento, palestra, respeito, cidadania, cme, acil

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