Chuvas aliviam os efeitos da estiagem, mas têm pouco impacto nos mananciais de Limeira

21/10/2021

Consumo de água segue elevado na cidade, informa BRK. Em setembro, o consumo foi 5% maior ao registrado no mês anterior

A primeira quinzena de outubro trouxe chuva e elevou as expectativas dos limeirenses quanto à reposição do rio Jaguari e do ribeirão Pinhal, mananciais de captação de água do município, que se encontravam em condições críticas por causa do longo período de estiagem vivenciado em toda a região. As pancadas de chuva que atingiram a cidade nas primeiras semanas deste mês contribuíram com 96 milímetros, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico do rio Jaguari e da Estação de Tratamento de Água (ETA). A chuva aliviou os efeitos da estiagem e ajudou a elevar a vazão dos mananciais, porém o impacto ainda é pouco significativo para a plena recuperação dos rios.

O rio Jaguari, que chegou a uma vazão inferior ao mínimo necessário de 1,0 m3/s para captação, encontra-se atualmente com 10,0 m3/s. O ribeirão Pinhal, que precisou do auxílio da represa Salto do Lobo, uma reserva de água estratégica adotada mediante decreto municipal, está com 80% de sua capacidade, quando o mínimo necessário para captação é de 60%.

A BRK, responsável pelos serviços de água e esgoto em Limeira, esclarece que, apesar das vazões dos mananciais terem se elevado, a condição do abastecimento no município ainda é de atenção.

“Além dos níveis dos rios, há outros importantes aspectos que precisam ser considerados neste momento, como a recarga do lençol freático e a qualidade da água fluvial. Com a retomada das chuvas, mesmo que ainda iniciais, é bastante comum a ocorrência de poluição difusa, ou seja, aquela formada por poluentes transportados com as chuvas pelos rios, que dificultam o processo de tratamento”, explica Rogério Lima, gerente de operações da concessionária.

Ele informa ainda que, especialmente no caso do rio Jaguari, essa é uma condição bastante comum. “Nesta semana, por exemplo, a captação de água para Limeira tem sido feita de modo exclusivo pelo ribeirão Pinhal, justamente por causa da baixa qualidade da água do Jaguari”, informa.

Vale destacar ainda que a plena recuperação dos mananciais de captação também depende da necessidade de recarga do lençol freático que, para tal, se faz necessário primeiramente saturar o solo, que estava bastante seco, e a vegetação para, assim, contribuir com o processo de recarga do lençol freático.

“Quanto mais seco o solo estiver, maior o volume necessário de água infiltrada para saturar, ou seja, para encharcar o solo de modo que o excedente infiltre e atinja as camadas inferiores do subsolo”, detalha o gerente.

Para a bacia do ribeirão Pinhal, que é composta por represas locais, a recarga completa se dará a partir do momento em que o índice pluviométrico ocorrer dentro da média, que é de um acumulado (de janeiro a setembro) de 866 milímetros.

Neste ano, no entanto, o volume acumulado até setembro foi de 595 milímetros -- o menor volume de chuvas registrado desde a crise hídrica de 2014 e 31% abaixo da média histórica climatológica da cidade. No último mês de setembro, o índice pluviométrico registrado em Limeira foi de apenas 5 milímetros, ou seja, 90% abaixo do volume registrado no mesmo mês em 2014, quando foram contabilizados 50 milímetros.

Diante de tais condições, a BRK reforça a necessidade de se manter o consumo consciente, sem desperdícios de água. Em setembro, foram consumidos em Limeira 1,739 bilhão de litros de água, 5% a mais do que o consumo registrado em agosto, de 1,649 bilhão de litros.

“É importante que todas as pessoas se mantenham atentas ao consumo de água. Estamos vivenciando um ano atipicamente mais seco e, apesar das recentes chuvas, precisamos nos manter focados num consumo consciente e sem desperdícios até a plena recuperação de nossos mananciais”, reforça o gerente.

Fonte: BRK Ambiental

tags: agua, limeira, captaçao, estiagem, chuvas, abastaecimento

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