Referência no mercado de brutos e folheados, Limeira celebra 190 anos

13/09/2016

No dia 15 de setembro Limeira completa 190 anos de existência, sendo destaque em seus primórdios pela grande produção de café, laranjas e cana-de-açúcar. A cidade surgiu historicamente em 1826, após a construção da estrada Morro Azul – Campinas, para escoar toda a produção dos engenhos da região. Em 1830 foi oficializada a freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuibi, nas margens da estrada, nas terras do capitão Pedro Gonçalves Alcântara.

Conhecida pela grande quantia de imigrantes alemães e portugueses na cidade, hoje o principal mercado econômico da cidade são as fábricas de joias, brutos e folheados, juntamente com os serviços ligados ao ramo, como os banhos e serviços. Por ter sua tecnologia acessível, este tipo de fábrica muitas vezes é mantida de forma familiar. “Como esta produção é acessível, fomenta o surgimento de muitos empreendedores. As pessoas vêm de fora para comprar estas peças, e isto incentivou o surgimento de mais e mais empresas”, conta o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Limeira, José França Almirall, que atua há anos no setor. Para ele, o crescimento pode ser sentido principalmente nos últimos 25 anos, “a cidade hoje é o maior polo de produção de todo o hemisfério Sul, ficando atrás globalmente apenas da China”.

Todo o País está passando por uma crise econômica, e isto também está afetando o mercado de brutos e folheados da cidade. “As pessoas estão com menos recursos, gastam pouco e o mercado sente esta retração. Porém, com a atual taxa de câmbio já houve uma reação, e agora é esperar para se ter a melhora no ramo”, acrescenta Almirall. Espera-se a maturidade ainda maior do setor, uma vez que é considerado um cluster da cidade. “Em Limeira é possível encontrar o fornecedor de matéria prima, produtos prontos, insumos, fabricantes etc. Toda a cadeia produtiva desta área está na cidade, e por ser um setor relativamente recente, ainda há muito que se aprimorar”, finaliza.

A cidade conta com diversas entidades que têm como objetivo auxiliar este setor, como o Sebrae, a ACIL, além de sindicatos e outras associações. A Associação Limeirense de Jóias (ALJ) é a representante da categoria na cidade, e tem como missão organizar toda a cadeia produtiva de folheados, desde os fornecedores de matéria prima e insumos, até chegar ao consumidor final. Como conta o presidente da associação, Rodolfo Mereb Junior, toda a cadeia produtiva do setor emprega um terço da população economicamente ativa do município. “Somos o segmento que mais distribui renda e que gera empregos entre todas as atividades econômicas. Você consegue imaginar a cidade de Limeira sem o setor de joias? São aproximadamente 15 mil empregos diretos, e mais 25 mil indiretos. Há mais de mil empresas entre indústrias e comércios”, conta.

O ramo está consolidado industrialmente desde os anos 80, e hoje as entidades têm trabalhado para tornar Limeira o polo comercial do setor, buscando amenizar o gargalo que existe no escoamento da produção. “Temos trabalhado junto a Prefeitura, entidades de classe, sociedade civil e empresários para estruturar e fomentar o turismo de negócios no corredor das joias assim como incentivar e promover ações para o mercado externo”, explica Mereb. 

O ramo de joias, brutos e folheados faz parte de um mercado que se reinventa a todo o momento, tanto economicamente quanto criativamente. O público feminino é o que mais fomenta este setor e apesar da crise, espera-se retomar o mercado e os volumes comercializados. “Sem dúvida nenhuma Limeira é o maior arranjo produtivo local de joias folheadas do Brasil, fazendo jus ao título de Capital Nacional da Joia Folheada, reconhecimento oficializado pe­la Câmara dos Deputados. Este título abrirá muitas portas ao segmento, principalmente no mercado exterior”, diz o presidente da ALJ.

Meio Ambiente

Junto com o desenvolvimento e prosperidade, também existem os deveres sociais que o mercado deve atender. A responsabilidade ambiental é o principal desafio para o setor, uma vez que produtos químicos e resquícios tóxicos são constantemente gerados por fábricas e empresas que trabalham no ramo de joias, brutos e folheados. 

A Realen Folheados é especialista na prestação de serviços em galvanoplastia há mais de 24 anos, e como toda empresa, precisa garantir o tratamento e descarte dos resíduos gerados, para não poluir o meio ambiente. “Hoje há todo um cuidado principalmente com o manejo dos efluentes gerados na fábrica, desde o início do processo com o controle dos produtos químicos utilizados, até a fase final antes de seu descarte na rede de coleta da cidade”, conta Daniel de Oliveira Ferreira, gerente administrativo da Realen.

A prestadora de serviços possui um sistema de “reciclagem” de água, em um circuito fechado, que é realizado através de sistema de troca iônica, retirando os metais pesados deste efluente e tornando possível reutilizá-lo para a limpeza das peças. Também há o tratamento dos gases expelidos nas composições químicas, que são nocivos para os funcionários e para o meio ambiente, além do tratamento de todo o resíduo sólido gerado na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que precisa ser cuidado e armazenado adequadamente para seu descarte. “Não adianta apenas ter o equipamento na empresa. É preciso fazer o tratamento e separação dos resquícios, para que sejam destinados corretamente. A mentalidade aqui sempre foi de evolução estrutural juntamente com a ambiental”, completa Ferreira.

Apesar de ser uma cidade nova em relação a outras da região, Limeira tem prosperado rapidamente, passando por diversos mercados até se consolidar hoje no ramo de joias, brutos e folheados. Em 190 anos de existência conseguiu dar saltos na economia de São Paulo, e o cidadão juntamente com a classe empresarial trabalham para que o município seja referência de prosperidade, evolução e qualidade de vida. Parabéns Limeira!

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