Zika: uma emergência global

23/02/2016

Especialistas estudam casos de microcefalia, que podem estar relacionadas à infecção pelo vírus

 

Nos últimos meses foi anunciado o princípio de uma epidemia de zika vírus, incialmente mostrada no Brasil, e agora mais recentemente tem se alastrado por todo o mundo. Devido a suas diferentes formas de contágio, além de sintomas parecidos com outras doenças virais como a dengue, este vírus tem despertado a atenção da medicina nacional e internacional na procura da melhor forma de tratamento e prevenção.
O vírus zika é do tipo RNA, do gênero Flavivirus e possui duas linhagens conhecidas, uma com origem africana e outra asiática. A primeira vez em que foi isolada foi em 1947, encontrado em primatas da floresta Zika, na Uganda, teve sua primeira aparição em humanos em 1951. Nas américas o vírus foi identificado em 2014 na ilha de Páscoa.
É considerada uma doença febril aguda com duração de três a sete dias. Muitos pacientes infectados não apresentam os sintomas: febre intermitente, vermelhidão na pele seguida de coceira, dor nas articulações e nos músculos, dor de cabeça, tosse seca e vômitos. Não há relatos de complicações da doença em casos em sua fase inicial, porém recentemente uma complicação posterior a doença esta sendo relacionada ao zika vírus. Esta doença afeta os músculos e os nervos, chamada Síndrome de Guilliain Barré, que possui um grande potencial de risco de vida e pode gerar sequelas, mesmo após seu tratamento.
O vírus zika é transmitido através da picada do mosquito aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e chikungunya. “Embora já tenha sido identificado na saliva e esperma, havendo assim a possiblidade da transmissão por meio sexual, nada está completamente definido, havendo ainda a necessidade de muitos estudos”, conta o médico e conselheiro da ACIL, Claudiney Lotuffo. Mesmo não tento total certeza até a presente data, as autoridades recomendam que haja sempre o uso de camisinhas, pois além de prevenir diversas doenças, também evita o contágio caso o parceiro tenha a suspeita da doença.

Microcefalia

Desde outubro de 2015 ocorre o monitoramento de casos de bebês com microcefalia, que podem estar relacionados a infecção das mães nos primeiros meses de gestação pelo vírus zika. A microcefalia é uma doença em que a cabeça e cérebro do bebê é bem  menor que o normal, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, causa déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, entre outras deficiências. 
A médica Adriana Melo, que atende pacientes no hospital público de Campina Grande, foi a primeira a alarmar para a possível ligação do vírus zika com a microcefalia em fetos. Como seu hospital atende todos os municípios do sertão da Paraíba, a médica começou a enxergar uma relação entre suas pacientes que foram diagnosticadas com o vírus nos primeiros meses de gestação, e seus bebês que desenvolveram a doença. Foi graças as descobertas de Adriana, que atualmente os estudos nacionais e mais recentemente os internacionais, têm voltado sua atenção ao combate do vírus e de sua epidemia.
Segundo estudos, os três primeiros meses são os mais críticos para as gestantes, pois caso a mãe seja contagiada pelo vírus zika neste período, há chances de o feto ser afetado e desenvolver a microcefalia. Por isso, além de combater os criadouros da doença, recomenda-se que as futuras mães passem a utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo, além do uso e aplicação de repelentes.

Tratamento

Não existe um tratamento específico para o zika vírus, existe apenas o controle da febre e das dores. “Deve-se evitar o uso de medicações do tipo aspirinas, que são as mesmas evitadas nos casos de suspeita de dengue, mas o médico deve ser sempre procurado assim que houverem os primeiros sintomas”, acrescenta Lotuffo. Por causar a perda de líquidos nos pacientes infectados, recomenda-se também a reposição do mesmo através da ingestão de água ou do soro vendido em farmácias.
 
Prevenção

A disseminação da doença é considerada alarmante pela organização Mundial da Saúde (OMS), devido a facilidade que o vetor tem em se adaptar à diferentes climas e situações. No Brasil o mosquito é encontrado em todo o território nacional, o que demonstra a sua facilidade em espalhar este tipo de doença.
Se não houver a picada, não haverá a transmissão do vírus e suas infecções. Por isso existe uma interminável campanha de conscientização domiciliar para a comunidade, pois a luta contra o mosquito e seus diversos meios de procriação são fundamentais. É necessário evitar a todo custo a predominância de água parada em vasos, pneus, caixas d’água, piscinas ou qualquer outro objeto que possa servir de foco para a proliferação do aedes aegipti. É indicado o uso de repelentes e de roupas que cubram a maior parte de corpo, para que não haja áreas expostas da pele.
Também é recomendado que a população evite viagens para regiões onde foi registrado o surto da doença, pois além de correr o risco de contaminação, há também a possiblidade desta pessoa levar o vírus zika para outras áreas que ainda não estejam sendo afetadas, dificultando assim o combate e controle da doença.
No Brasil a confirmação de morte relacionados ao quadro agudo do zika, tem assustado a comunidade médica. Alguns casos de morte que inicialmente eram suspeitos de serem causados pela dengue estão sendo reestudados para afastar a ideia de na verdade terem sido causados pelo zika vírus.

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